sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Históra das Conservas


Históra das Conservas
A conservação de alimentos surgiu com a civilização. Entretanto, todos os processos utilizados até o final do século 18 foram desenvolvidos de forma totalmente empírica e, normalmente, utilizando ou simulando processos existentes na natureza (secagem, defumação, congelamento). Nessa época, já se sabia que as frutas e algumas hortaliças podiam ser conservadas em açúcar e certas hortaliças toleravam o vinagre. Porém, todos esses procedimentos conservavam os alimentos por pouco tempo e com escassas garantias.

O confeiteiro francês Nicolas Appert (1749-1841), depois de 15 anos de experiências, desenvolveu um processo que não era baseado em nenhum fenómeno natural já conhecido. Não se sabe qual o conhecimento teórico que Appert tinha sobre conservação de alimentos, mas foi para resolver as questões práticas do dia-a-dia de sua confeitaria que ele teve a genial intuição de que, se colocasse os alimentos em garrafas de vidro grossas (como as usadas para o champanhe) com algum líquido, lacrando-os com rolha e cera e fervendo-os em banho-maria por um determinado período, conseguiria uma prolongação da vida destes alimentos. Supôs que, como no vinho, a exposição ao ar estragava a comida. Assim, se a comida fosse colocada num recipiente que vedasse a entrada do ar, ficaria fresca e com boa qualidade.

Amostras com comidas preservadas pelo método de Appert foram enviadas para o mar por mais de quatro meses. Carnes e vegetais estavam entre os 18 diferentes itens em recipientes de vidro; todos retiveram seu frescor e nenhuma substância passou por mudanças substanciais.

Colocando em prática suas descobertas em escala industrial, em 1802, ele instalou em Massy, Paris, a primeira fábrica de conservas do mundo, que empregava cerca de 50 funcionários. Encomendou a um vidreiro garrafas com gargalos bem mais largos que os habituais e deu início à sua produção. O seu método conseguiu crescente sucesso comercial, tendo sido utilizado por Napoleão Bonaparte no abastecimento de suas tropas, tornando-as mais autónomas, e na marinha mercante, para as longas viagens transatlânticas. Em 1810, foi publicado o livro "A Arte de Conservar Todas as Substâncias Animais e Vegetais", em que ele descrevia, em detalhes, o processo de conserva de mais de 50 alimentos, do qual se difundiu depois, a informação.

As primeiras latas de comida só chegaram às lojas em 1830. Incluíam tomates, ervilhas e sardinhas, mas suas vendas eram lentas, principalmente pelo preço ainda elevado, pela disponibilidade da comida fresca nas cidades e pela dificuldade de abertura da lata – usava-se martelo e talhadeira.

No entanto, o alto preço das latas era atribuído à baixa demanda de mercado e ao método artesanal de fabricação e envasamento. Deste modo, o aperfeiçoamento dos processos de fabricação das latas e do enlatamento começou em 1824, sofrendo diversas alterações do método de produção, até ao ano de 1935, quando aconteceu o lançamento das primeiras cervejas em lata.

As latas já têm quase 200 anos e hoje, são milhares os números de latas produzidas e consumidas por dia em todo o planeta. Devido ao seu uso prático, segurança e baixo custo, estão presentes no dia-a-dia de toda a população. A cada dia que passa, os processos de produção envolvidos nesta indústria estão sendo aprimorados.

Elisa Lázaro, nº11 Naturopatia 1º Ano Turma: B

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O MILHO

Em 1415 inicia-se a grande época dos Descobrimentos em Portugal, com a conquista de Ceuta.

Em 1498 Vasco da Gama descobre a Índia e em 1500 o Brasil é descoberto por Pedro Alvares Cabral.

É com a colonização de países do além-mar que muitos alimentos desconhecidos dos europeus são trazidos para o Velho Mundo.

Um exemplo é o milho.

O milho, alimento rico em nutrientes, quer seja consumido de forma directa ou indirecta, é uma grande fonte de energia. Ao contrário de outros cereais tem a particularidade de conservar a sua casca, rica em fibras e fundamental para a eliminação de toxinas do organismo humano. Este cereal poderá ter sido cultivado pela primeira vez há mais de 5000 anos, no litoral do México; sendo a base da alimentação de civilizações tais como os Aztecas ou Maias.

Hoje em dia o milho é cultivado e consumido em todos os continentes, vendo a sua produção ultrapassada somente pela do trigo e do arroz.

Se é verdade que o milho, cuja origem do nome significa “sustento da vida” era a alimentação base de várias antigas civilizações, ele é hoje em dia convidado de honra em grande parte dos nossos lares.

Algumas das formas mais conhecidas do milho são o milho verde enlatado muito utilizado em salada e sob a forma de cereais matinais ou de xarope de milho utilizado como adoçante.

Mas, se pensa que não consome milho porque não gosta de flocos matinais, desengane-se, pois só uma pequena percentagem da produção de milho é que se destina ao consumo humano. Na sua maioria essa produção destina-se a ração animal e ainda, em pequena percentagem, à indústria como é o caso de produção de etanol.

Olhando para a composição do milho (ver tabela de composição do milho em anexo) e ainda que se perceba que as formas mais consumidas pelo homem já perderam parte dos seus nutrientes, não nos é revelado o actual grande problema do milho: a pesquisa genética.

O milho é a espécie vegetal mais utilizada pelas pesquisas genéticas.

Em 1940, Barbara McClintock ganhou o Premio Nobel da Medicina ao descobrir os “transposons” – genes mutáveis, resistentes a diversos factores, capazes de danificar o genoma da célula hospedeira.

Ficam aqui alguns dados:

1- À variedade MON863 foi feito um estudo toxicológico pela empresa produtora (a Monsanto) com o seguinte resultado -» alterações de crescimento e grave prejuízos na função hepática e renal dos animais de laboratório que consumiram esse milho.

2- A legislação portuguesa prevê que exista uma distância de cerca de 200mts entre 1 campo de milho transgênico e outra plantação.

3- A variedade mais conhecida do milho transgênico é o RRGA21, tolerante a um herbicida.

4- Já existem relatos de plantações transgênicas que contaminaram variedades locais.

5- Lia-se num texto relativo a um ensaio sobre transgênicos “…ensaios de investigação de pequena escala … não será utilizado …para alimentação humana ou animal … não são esperados efeitos directos para a saúde humana. Para apoiar esta suposição, …”

Os efeitos nefastos destas manipulações genéticas poderão vir a ser comprovados, i.e. visíveis, somente daqui a muitos anos.

Até lá fica a seguinte pergunta: - Não irá você pensar duas vezes antes de retirar da prateleira do supermercado a bonita caixa de “Choco-Cereais? E o leite da vaca alimentada com milho transgênico? E os ovos das galinhas que comem milho transgênico? E…?”

É lamentável saber-se que um alimento tão benéfico para o homem possa estar a ser destruído nas suas mais ínfimas qualidades.

O milho continua a ser um “sustento de vida”, tal como há 5000 anos atrás. Em causa está a qualidade dessa vida.

Cabe a cada um de nós ajudar a que alguém próximo tome consciência disto para que possamos vir a consumir o milho na sua forma original tirando partido de todos os seus benefícios.

Elisabete Vasques – 1ºB Naturopatia

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Descobrimentos e Alimentação



Como seria hoje a nossa alimentação se não conhecesse-mos a abóbora, o amendoim, o ananás, a batata, o cacau, o feijão, o girassol, o milho, o pimento e o tomate?
Muito monótona, certamente. Ora, na realidade, todos estes produtos são de origem americana e eram perfeitamente desconhecidos na Europa, e no resto do mundo, antes de 1500.

A dieta medieval portuguesa era bastante limitada, constando sobretudo de pão de trigo ou centeio; de legumes variados, com predomínio para as couves, o grão e as favas; de frutas, como as castanhas, as maçãs, as uvas ou os marmelos; de vinho e de azeite; e de mel, que servia de adoçante.
Algum peixe e alguma carne completavam a mesa dos mais abastados.

Com grandes viagens de descobrimento, a partir do século XV, tudo mudou.
Nas novas terras contactadas, em África, na Ásia e na América, os navegadores portugueses depararam com novos alimentos e novos condimentos, anteriormente desconhecidos ou pouco vulgarizados. E logo se encarregaram de os divulgar e, quando possível, de os transplantar para Portugal ou para os arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Os descobrimentos portugueses tiveram, assim, um enorme impacto nos hábitos alimentares de muitos povos. A dieta dos europeus, graças à viagem das plantas, alterou-se radicalmente, sendo enriquecida com numerosos produtos vegetais oriundos de outros continentes.

A cana-de-açúcar, originária da Ásia, passou a ser cultivada no Algarve e na Madeira, revolucionando a doçaria portuguesa. De África, os navegadores portugueses trouxeram a malagueta, o coco, a melancia, e mais tarde também o café, que diversificaram a nossa gastronomia.

Da Ásia, vieram especiarias exóticas como a pimenta, a canela, o gengibre e o cravo-da-índia, que se vulgarizaram em Portugal e, logo depois, na Europa. Vieram também frutas então quase desconhecidas entre os europeus, como a banana, a manga e a laranja doce. Da longínqua China, os portugueses trouxeram ainda o chá, que é hoje a bebida mais consumida a nível mundial.

Mas a América, contactada pela primeira vez em finais do século XV por portugueses e espanhóis, era o continente mais rico e exuberante em termos vegetais. De lá trouxeram os navegadores ibéricos numerosos produtos que hoje fazem parte integrante da gastronomia europeia, como a abóbora, o amendoim, o ananás, a batata, a batata-doce, a baunilha, o cacau (e o chocolate), o caju, o feijão, o girassol, o maracujá, o milho, a papaia, o pimento e o tomate.


Sofia Luís nº22
Naturopatia 1ºano A

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Os frutos secos na história da alimentação

Os frutos secos têm uma presença tão antiga na história da humanidade que determinar a sua origem exacta é muito difícil.
Sabe-se que na Idade do Bronze as amêndoas já eram conhecidas e que tinham origem no Oeste da Ásia.
Na Era Mesolítica já se encontraram vestígios do consumo de frutos secos que vieram facilitar a alimentação das tribos nómadas,que consumindo este tipo de alimento encontravam as calorias necessárias para resistirem às suas longas viagens, alimentos estes ricos em gorduras, antioxidantes(vitamina E e selénio)minerais e fibras.
Foram encontradas cascas de nozes,avelãs e amêndoas nos túmulos de Cartago e de Marsala(Sicília).
No Egipto foram feitas escavações em aldeias onde se revelaram restos de alimentos como nozes, avelãs, pinhões e amêndoas.
Na Bíblia a amêndoa e o pistachio são os mais citados.
Os chineses já conheciam a avelã há 5000anos, este fruto tem várias espécies que se desenvolveram nos vários continentes.
Consta que o fruto mais antigo será a noz.
Na Era Romana mais especificamente no solstício de Inverno, os frutos secos eram um presente habitual durante as celebrações natalícias, especialmente apreciados pelas crianças que os valorizavam quer como brinquedos quer como comida.
Nas camadas sociais mais altas os frutos secos tornavam-se especiais por serem cobertos de ouro, assim serviam como presentes ou adornos.
Para os romanos cada tipo de fruto seco tinha um significado especial, assim: as avelãs serviam para evitar a fome, as nozes eram indício de abundância e prosperidade, as amêndoas protegiam as pessoas dos efeitos da bebida.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Os Descobrimentos e o seu Impacto na nossa Alimentação actual

Na época medieval (sec. V – XV), verificava-se uma grande dualidade. A sociedade delineava-se a partir de uma pirâmide feudal e destacava-se profundamente a dualidade entre o homem rico, poderoso e privilegiado e o seu poder sobre o homem pobre, fraco e submisso. Entretanto verificavam-se outros conflitos que caracterizavam a época, como podemos verificar nos enumero relatos históricos e obras de historiadores que dispomos.
Noventa por cento da população portuguesa era constituída pelo povo, especialmente camponeses, que não eram proprietários das terras que cultivavam e dependiam inteiramente do seu Senhor. Cultivavam cereais, matéria-prima para o fabrico do pão (base da dieta alimentar da sociedade medieval). Como as técnicas agrícolas estavam pouco desenvolvidas, a produção era ineficaz. Para além disso, existia uma enorme carga fiscal imposta pelo Senhorio. Este quadro reflectia-se como era óbvio no tipo de alimentação do povo. O Senhorio medieval era também caracterizado por profundos contrastes no que diz respeito à vida quotidiana (tipo de habitação, vestuário, alimentação, etc.).
Pão de trigo ou centeio, legumes, vinho, azeite, mel (que servia de adoçante) eram produtos característicos da base alimentar da época medieval. Algum peixe e alguma carne estavam destinados à mesa das famílias mais abastadas.
Em 1415, iniciaram-se os Descobrimentos portugueses. A partir desta data, iniciara-se uma longa lista de acontecimentos históricos, promovidos por individualidades como D. João I em 1415; Infante D. Henrique 1424; Gil Eanes dobra o Cabo Bojador em 1434; já na regência de D. Afonso V, em 1441 Nuno Tristão chega ao Cabo Branco, em 1443 a Arguim e em 1444 à Terra dos Negros. Muito mais à frente, saltando muitos dos factos históricos que caracterizavam a fase dos Descobrimentos, é de salientar a chegada de Vasco da Gama em 1498 a Calecut (Índia); Pedro Álvares Cabral em 1500 ao Brasil.
Segue-se então uma exploração económica com principal incidência na Rota do Cabo, que ligava Portugal à Índia e a exploração do pau-brasil, açúcar, ouro, metais preciosos, tabaco, cacau e café no Brasil.
Os descobrimentos portugueses tiveram, assim, um enorme impacto nos hábitos alimentares de muitos povos. A dieta dos europeus, graças à viagem das plantas, alterou-se radicalmente, sendo enriquecida com numerosos produtos vegetais oriundos de outros continentes.
Especiarias exóticas como a pimenta, a canela, o gengibre e o cravo-da-índia vieram da Ásia. Vieram também a banana, a manga e a laranja doce. Da China, os portugueses trouxeram ainda o chá, que é hoje a bebida mais consumida a nível mundial. Importa também salientar a cana-de-açúcar, da Ásia, que passou a ser cultivada no Algarve e na Madeira. Da América, trouxeram numerosos produtos que hoje fazem parte integrante da gastronomia europeia, como a abóbora, o amendoim, o ananás, a batata, a batata-doce, a baunilha, o cacau (o chocolate), o caju, o feijão, o girassol, o maracujá, o milho, a papaia, o pimento e o tomate. Malagueta, coco, melancia e mais tarde o café, vieram de África.
A troca de plantas e alimentos no período dos Descobrimentos, constituiu um dos elementos mais marcantes na nossa gastronomia. Os portugueses chegaram às terras desconhecidas, mostraram grande interesse e curiosidade pelas plantas, alimentos e técnicas existentes, não apenas para se alimentarem mas também para descobrirem nelas propriedades terapêuticas. Todos estes alimentos e plantas chegaram às nossas mãos como prova da descoberta das terras, pela sua importância agrícola e económica. Quanto às plantas, adaptaram-se perfeitamente às condições meteorológicas e assumiram uma enorme importância. Modificaram profundamente a nossa agricultura, a nossa economia e principalmente o regime alimentar das populações. Dificilmente se compreenderia hoje uma grande parte da agricultura e do nosso regime alimentar sem o milho, a batata, o tomate, o feijão, o açúcar, a canela, a banana, o girassol, o amendoim, entre muitos outros.



Trabalho realizado por:
Sérgio Miguel Gaspar Pratas
Turma B, 1º ano, nº 21